Um pequeno rio em que nadavam juntas duas pequenas rãs verdes. Se pudessemos dizer que animais têm emoções, era claro que aquelas rãs estavam felizes e sem preocupações. No entanto, um chorão enorme tinha os seus ramos caídos parecendo verter um rio de lágrimas, do qual as duas rãs se aproveitavam inocentemente.
Ao lado daquele rio estava eu, deitada na relva com a cabeça caída a chorar na sombra do chorão.
Ouvi as rãs a coaxar e olhei para o rio. Já não estavam juntas. Tinham-se separado e uma delas estava no lado oposto, procurando afastar-se do seu ex-amigo. A água do rio tinha subido, quase como se o chorão tivesse recomeçado a chorar. Voltei a deitar a cabeça, com os olhos em lágrimas, não apenas por mim, mas também por aquelas rãs que se tinham separado.
Virei-me de barriga para o ar e olhei para o céu, anteriormente nublado, agora escuro, a ameaçar uma violenta tempestade tropical.
O rio ao meu lado espelhava os ramos do chorão. Reparei que a árvore tinha imensas rugas vincadas no seu tronco e apercebi-me que já devia ter assistido a muitos casais a cortar relações. Aquele rompimento entre as rãs, era apenas mais um casal a terminar o namoro.
Uma brisa morna acariciou a minha pele e atirou o meu cabelo para trás dos ombros. Era verão e eu estava de férias. Devia estar feliz. Mas não.
Subitamente começou a trovejar. Senti-me esmagada pela chuva, derretida pelo calor, e pela humidade, e espantada com a minha tristeza.
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