Thursday 30 June 2011

William Blake 

The Tyger

Tyger, Tyger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare seize the fire?

And what shoulder, & what art,
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand? & what dread feet?

What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?

When the stars threw down their spears
And water'd heaven with their tears,
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?

Tyger, Tyger, burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?

Monday 20 June 2011

Tintoretto


O Carlinhos tinha dois anos e nove meses, tinha cabelo loiro encaracolado e olhos azuis penetrantes. Parecia um querubim saído de uma pintura renascentista.
A sua mãe tinha trinta e três anos e pintava desde os treze, idade em que abandonou a escola.
Um dia, o Carlos decidiu pegar nos pincéis da mãe e deixou a sua imaginação fluir para o papel em branco que se encontrava à sua frente. Ao fim do dia, a mãe entrou em casa, e viu o seu desenho no chão.
—Carlos, copiaste este desenho de algum dos teus livros?
Ele limitou-se a olhar para ela, com os olhos esbugalhados, incrédulo, ao ver que ela não acreditava que tinha sido ele a desenhá-lo.
A sua mãe ficou aborrecida ao ver que o filho, que ainda nem tinha consciência total das suas emoções, era capaz de criar obras dignas se ser expostas no Museu do Vaticano.
Passado uns dias, entrou na sala e viu-o a desenhar, de maneira que deixou de ter dúvidas que o Carlinhos era mesmo sobredotado, o que a deixou ainda mais invejosa.
No mês seguinte tiveram visitas em casa que ao passear pela casa, viram as pinturas expostas e sem saberem que eram do Carlinhos gabaram as pinturas do Carlinhos. A mãe não foi capaz de dizer, por vergonha, que as obras que elas tanto gostavam não eram dela. Não conseguia suportar a ideia que o filho era melhor que ela, que já pintava há vinte anos, de maneira que logo que as visitas saíram deitou fora todos os seus materiais de desenho e pinturas, suas e do Carlos, para que ele nunca mais pintasse e para ela não se deparar com aquelas obras que tão inferior a faziam sentir.
Contudo, ao ter abandonado os estudos cedo e ao ver-se obrigada a desistir daquilo que ela gostava, acabou por ir trabalhar para um super-mercado. O Carlos nunca se apercebeu dos seus dotes à custa da mãe e o mundo perdeu a oportunidade de ter um Tintoretto moderno.

Sunday 12 June 2011

Pecador


Uma mosca, a agitar freneticamente as asas, bateu contra o vidro 7 vezes e continuou a voar como se nada fosse.
Parecia que se tinha castigado por ter cometido os 7 pecados: uma pancada para cada um.
Engraçado como até aquela mosca tinha consciência da sua estupidez.